quarto com a encantadora rapariga, que ficou algum tempo sem movimento. Mas não devia perder aquela ocasião que o acaso lhe deparava e o loquaz tapuio não deixaria renovar-se facilmente. Era preciso vencer a timidez de seminarista, abalançar-se a uma declaração de amor! Aí estava, porém, toda a dificuldade. Jamais se resolveria a pronunciar a sacrílega palavra, e com certeza deixaria fugir aquela ocasião única! Não, não, jamais poluiria os lábios com palavras impróprias da sua dignidade sacerdotal. Sufocaria aquele insensato amor, aquela paixão criminosa, embora ela tivesse de reduzir-lhe o coração a cinzas. Morreria desesperado e louco, mas não ofenderia a pobre menina, confiante e carinhosa, falando-lhe dum sentimento que a moral e a religião repeliam, e que ela não poderia aceitar sem perder a alma pura e inocente. Entretanto, ao passo que assim pensava, uma agitação extrema o perturbava, como se tivesse diante de si um tesouro inapreciável a que bastasse estender a mão para o