o Fonseca ali o estava vendo vivo. Que tremendo maranhão!

E lá estava, aquele mentiroso, recebendo visitas e felicitações, honrado e festejado como se fosse um homem importante, e até já se dizia, suprema extravagância! que seria condecorado com o hábito de Cristo! Condecorado aquele bobo? Não admirava, os tempos estavam muito mudados, os homens já não eram apreciados pelo que valiam, mas pelas mentiras e calúnias que pregavam.

Quando ouviu a história narrada pelo sacristão Macário, padre Antônio de Morais sentiu um vivo rubor subir-lhe ao rosto e afoguear-lhe o cérebro, perturbando-lhe a vista. Um grande embaraço o enleava, e não sabendo o que devia dizer, ouvia silencioso o capitão Mendes da Fonseca falar, numa voz que a custo, por fim, conseguira guardar a serenidade do principio, como se um vivo despeito o agitasse. Esse embaraço foi, porém, passageiro. Compreendeu de relance a gravidade da situação em que se achava, o perigo que corria em desmentir