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com o urbano. Coisa já impossível de se perceber em São Paulo. Como Belem, o Recife, a Cidade do Salvador: o Rio ainda é uma cidade folclôrica. Em São Paulo o exotismo folclôrico não fre­quenta a rua Quinze, que nem os sambas que nascem nas caixas de fósforo do Bar Nacional.

Ora no Rio malicioso, uma exposi­ção como a de Anita Malfatti podia dar reações publicitárias, mas ninguém se deixava levar. Na São Paulo sem malí­cia, criou uma religião. Com seus Neros também. . . O artigo "contra" do pintor Monteiro Lobato, embora fosse um chor­rilho de tolices, sacudiu uma população, modificou uma vida.

Junto disso, o movimento moder­nista era nitidamente aristocrático. Pelo seu caracter de jogo arriscado, pelo seu espírito aventureiro ao extremo, pelo seu internacionalismo modernista, pelo seu nacionalismo embrabecido, pela sua gra-