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primário. Mas o problema verdadeiro do artista não é êsse: é escrever milhor. Toda a história do profissionalismo humano o prova. Ficar no aprendido não é ser natural: é ser acadêmico; não é despreocupação: é passadismo.

A pesquisa era ingente por demais. Cabia aos filólogos brasileiros, já criminosos de tão vexatórias reformas ortográficas patrioteiras, o trabalho honesto de fornecer aos artistas uma codificação das tendências e constâncias da expressão linguística nacional. Mas êles recuam diante do trabalho util, é tão mais facil ler os clássicos! Preferem a ciencinha de explicar um êrro de copista, imaginando uma palavra inexistente no latim vulgar. Os mais avançados vão até aceitar timidamente que iniciar a frase com pronome obliquo não é "mais" êrro no Brasil. Mas confessam não escrever... isso, pois não seriam "sinceros" com o que beberam no leite