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O Que Nós Veremos

rença que levei a vida mais agitada que um homem póde levar, arrisquei-a centenas de vezes e via a morte de perto em varias occasiões; pois bem, você acha que eu deva ainda praticar esse "sport", o mais difficil de todos e que exige nervos e sangue frio extraordinarios?! Não! não é um "realejo",[1] e é por termos nós, os que entramos na lucta nos fins do seculo passado, reconhecido as difficuldades da aviação, a necessidade para o aviador de possuir esplendidos nervos, desprezo completo e inconsciente pela vida, o que só se encontra na mocidade, e, tambem, este outro dom dos jovens: a ambição de gloria e o enthusiasmo, repito, foi por havermos reconhecido tudo isto e não nos encontrarmos mais nestas condicções que deixamos de ser aviadores.

Notas

  1. A' última hora recebi um numero especial da "L’Illustration" sobre Aviação:... Pas d'escadrille sans terrain... On s'xerce d'abord sur le pingouin... Une escandrille d'avions, même au front, n peut avoir son aire n'importe où... On ne facilitera jamais trop les deux moments critiques du vol: le départ et l'atterissage... les arbres, les lignes télegraphiques, les maisons trop proches le forcent à monter ou à descendre trop vite, à risqur sans utilité l'accident... Il faut être jeune, solide et sain...
    Les anciens, ceux qui volent depuis trois ou quatre ans, ne résident plus à la hauteur ni à la durée... MONTER EN AVION C'EST VIELLIR TRÈS VITE
    Estas frases da L’llustration parecem ter sido escritas para confirmar o que venho dizendo há mais de 2 annos e também como resposta ao amigo da cidade do interior.
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