279
PORTEIRO.
Folgo, porque m’entendeis.
PAGEM.
Hemo-nos, Senhores, de ir,
Porque nos está ’sperando.
PORTEIRO.
Pois eu tambem hei de ir;
Que não me posso espedir
Donde vejo estar cantando.
PRINCIPE.
Cantae, por amor de mi,
Alguma cantiga triste;
Que todo meu mal consiste
Na tristeza em que me vi.
PORTEIRO.
Mande-lhe cantar hum chiste.
ALEXANDRE.
Chiste não, que he deshonesto,
E não tẽe esses extremos:
Outro canto mais modesto;
Porém não sei que diremos.
PAGEM.
Gaoleão o dirá presto.
PORTEIRO.
Dá licença V. Alteza
Que diga minha tenção?
PRINCIPE.
Dizei: seja em canto-chão.
PORTEIRO.
Pois crede qu’he subtileza.
Qu’os Anjos a comerão.