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Proprio.

Venceo-me Amor, não o nego;
Tẽe mais fôrça qu’eu assaz;
Que como he cego e rapaz,
Dá-me porrada de cego.

Volta.

Só porque he rapaz ruim,
Dei-lhe hum boféte zombando.
Diz-me: Ó mao, estais me dando,
Porque sois maior que mim?
Pois se eu vos descarrégo,
E em dizendo isto, chaz;
Torna-me outra; tá rapaz,
Que dás porrada de cego.




Ao desconcerto do mundo.

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais m’espantar,
Os maos vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assi
O bem tão mal ordenado,
Fui mao; mas fui castigado.
Assi, que só para mi
Anda o mundo concertado.