Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/228

foi buscar de Teriféia:
Esta a superstição teve por nome,
Inocentes meninos traga e come.

Dous arrancados dos maternos peitos
Lhe leva a crua Indiana; ela desfeitos
Os tem já entre as presas aguçadas:
"Eu vi (contou algum) que sufocadas
As cãs estavam de seu sangue, e quentes
Brotavam dentre os beiços as correntes."
Do destroço fatal contente a velha,
Nas vítimas, que Eulinda lhe aparelha,
A dar-lhe ajuda alegre se convida.

A instâncias de Garcia está rendida
Em breve instante Aurora; nem se assusta
Ao proposto Himeneu, e crê que é justa
A persuasão, ao ver que afaz Garcia.
Do antigo amor de todo se esquecia
Um e outro; e a virtude só pertendem
Acreditar no estímulo, que acendem
Dentro em seus corações, de propagada
Ver uma vez a religião amada.

Ao Índio instruo nos mistérios Santos
Da ortodoxa doutrina; e longe encantos,
Superstições e mágicas, já creio
Que tenho descoberto nele um meio
De derramar por entre os mais a cura
Da radicada antiga desventura.

Contentes andam todos pela Aldeia,
Festejando o consórcio; qual passeia,
Calçados pés e mãos de várias plumas,
Qual faz soar o apito (nem presumas)