cargo e do alcatifado palácio que a nação lhe dá para residência.

O seu primeiro cuidado, e também da mulher, é fechar diversos aposentos para diminuir o número de serviçais, de modo a fazer economias na verba de representação.

O cargo dá-lhe certos incômodos, mas muitas vantagens: não paga selo nas cartas, não paga bonde, trem, nem teatros, onde continua a quase não ir. O que o aborrece, sobretudo, são as audiências públicas — uma importunação para esse parente de São Luís. Mais o amolam que lhe dão fadiga. Ao sair de uma delas, diz à mulher:

— Que povo aborrecido!

— Mas que tem você com o povo? — pergunta Mme. Mandachuva, a Egéria conjugal.

Para distrair-se, o esclarecido mandachuva compra um bom gramofone e instala no palácio um cinema.

É conveniente lembrar que, nesse mesmo palácio, ao tempo em que a Bruzundanga era império, executores famosos no mundo inteiro tinham tocado obras-primas musicais, no violino e no piano. Houve progresso...

Eis aí um mandachuva perfeito.