— Que sente o senhor?

Krat Ben Suza foi-lhe dizendo logo o terrível mal no estômago de que vinha sofrendo, há tanto tempo, mal que aparecia e desaparecia mas que não o deixava nunca. O doutor Adhil Ben Thaft fê-lo tirar o paletó, o colete, auscultou-o bem, examinou-o demoradamente, tanto de pé, como deitado, sentou-se depois, enquanto o negociante recompunha a sua modesta toilette.

Suza sentou-se também, e esperou que o médico saísse de sua meditação.

Foi rápida. Dentro de um segundo, o famoso clínico dizia com toda segurança:

— O senhor não tem nada.

O humilde vendeiro ergueu-se de um salto da cadeira e exclamou indignado:

— Então, senhor doutor, eu pago cinqüenta mil-réis e não tenho nada! Esta é boa! Noutra não caio eu!

E saiu furioso do consultório que merecia da cidade uma romaria semelhante à da milagrosa Lourdes, no doce país de França.