dos poderes públicos todo o acatamento e toda a proteção. E este o fim oculto da "manifestação", grande ou pequena.

Houve lá um rapaz que, graças aos banquetes que lhe eram oferecidos e cujas notícias saíam em colunas pelos jornais afora, foi de segundo-tenente da Marinha a contra-almirante, em cinco anos, sem nunca ter comandado uma falua.

Um senhor que conheci, fez-se uma celebridade em astronomia, com auxílio dos saraus que lhe eram oferecidos pelos amigos. Ele tinha em casa um óculo de bordo, montado sobre uma tripeça, que, por sua vez, se alcandorava em um mangrulho erguido na sua chácara; lia o Flammarion; e isto tudo com mais uns amigos dedicados a lhe oferecer bailes, por ocasião das suas portentosas descobertas nos céus ignotos, levaram o governo da Bruzundanga a nomeá-lo diretor de um dos observatórios astronômicos da república.

Esses casos são de pequenas homenagens levadas ao cabo por amigos cuja amizade e vinhos generosos são bastantes para incutir-lhes entusiasmo, por ocasião de tais manifestações.

Mas, para as grandes, para aquelas feitas a políticos, a capitalistas, a embaixadores; para aquelas em que se exige multidão, o entusiasmo não era fácil de obter-se assim do pé pra mão e quando eram realizadas, além desse "defeito" apresentavam alguns outros.

Muitas vezes até os organizadores verificavam que os manifestantes não sabiam bem o nome do grande homem a festejar. Era uma lástima! Uma vergonha!

Acontecia em certas ocasiões que um grupo gritava —