a sua fábrica que estava inaugurando uma nova indústria no país.

Ficava longe, cinco léguas de Bosomsy; e, para se ir ter lá, era preciso tomar a barca muito cedo, muito mesmo, às seis horas, ou antes, da manhã.

O ministro tinha já concordado em ir, quando, da sua mesa respeitosamente pequena, o secretário ergueu-se e lembrou:

— Vossa Excelência não pode apanhar o orvalho da manhã.

— Homem, é verdade! fez o ministro.

Se não fosse a memória pronta do secretário e a sua dedicação à causa pública quantas ocorrências graves não iriam perturbar a marcha das cousas governamentais, se o ministro, com a imprudência que ia fazer, apanhasse um resfriado qualquer? Quantas? Um defluxo, papéis atrasados, terremotos, pestes, inundações, etc.

Graças a Deus, porém, a gente da Bruzundanga inventou o ofício de secretário de ministro que é capaz, a tempo, de evitar tantas desgraças...

Continuemos a demonstração. Creio que as aranhas, tanto as daqui como as da Bruzundanga, não têm em grande conta o cargo de ministro de Estado. É de lastimar que insetos de tanto talento desconheçam a importância de tão sublimado bímano; entretanto, não está nos poderes humanos obrigá-las a respeitar o que respeitamos, senão devíamos fazê-lo, para que tais aracnídeos não procedessem como um deles procedeu irreverentemente com um ministro da Bruzundanga.

Caso foi que uma aranha comum, totalmente despida de qualquer notoriedade entre as aranhas, completamente