não se poupam, ainda por cima são às vezes mártires. Duvidam? Pois vou provar-lhes como é verdade.

O deputado Fur-hi-Bhundo tinha um pedido a outro ministro da Bruzundanga. Este por qualquer motivo não lhe pôde servir e atendeu a outro "pistolão". Sabedor da cousa, Fur-hi-Bhundo voou que nem uma frecha para a respectiva Secretaria de Estado.

Arrebatadamente entra pelo gabinete ministerial adentro e, dando com o secretário, pois o ministro não estava, desanda no dedicado serventuário uma feroz descompostura em que o chama de lacaio, de capacho, de toma-larguras, de lavador de tinteiros, etc., etc.

Entretanto, o secretário não merecia tão feroz objurgatória, pois, em geral, esses abnegados serventuários da Bruzundanga são pessoas ternas, meigas, de bom coração, especialmente com os filhos dos ministros.

Em dias de festas, das festas familiares dos ministros, é de ver como tratam os pimpolhos ministeriais; é de ver como suportam resignadamente o peso de um nas costas, o de um outro nos joelhos, além do incômodo de um terceiro que lhe passou um barbante na boca e simula guiá-lo como cavalo de tílburi.

Não vão para a copa; mas — coitados! — aturam cousas muito piores.

Disse, no começo desta "nota", que o secretário de ministro era indispensável ao complexo funcionamento do aparelho governamental da Bruzundanga.

Pelos fatos que expus, estou certo de que provei esta asserção; e posso concluir com orgulho, com aquele orgulho de um jovem estudante, quando acaba de demonstrar com segurança um teorema de geometria e dizer, como ele