essa legítima glória do nosso país, afirma que a sua ascensão ao cume do Tiaya é sem precedentes na história do alpinismo"; e assim transcreviam ou noticiavam referências de outras revistas alemãs, italianas, sírias, gregas, tcheques, etc.

Recebendo esse impulso do estrangeiro, os jornais da Bruzundanga, os mais lidos e os mais obscuros, e as revistas de toda a natureza redobraram a sua habitual gritaria em casos tais. Enchiam-se de artigos louvando o herói que fizera a Bruzundanga conhecida na Europa, afirmação essa em que logo o povo do país acreditou piamente; mostraram também com períodos bem caídos, como o fato tinha um alcance excepcional e proclamaram o homem o primeiro de todos os bruzundanguenses.

A seguir-se aos jornais, vieram os poetas louvaminheiros com as suas odes, poemas, sonetos, cantatas, erguendo às nuvens o visconde e a sua extraordinária proeza. Eles sacavam com atilamento sobre o futuro, porquanto, quando Pancôme veio a ser ministro, os encheu de propinas e fartos jantares.

É ocasião de notar aqui uma singular feição dos poetas da Bruzundanga.

Todos os vates de lá, em geral, são incapazes de comparação, de crítica e impróprios para a menor reflexão mais detida, e, com a sua mentalidade de parvenusaperuados, estão sempre dispostos a bajular os titulares ou os apatacados burgueses, para terem o prazer de ver mais perto as suas mulheres e filhas, pois se persuadiram que são elas feitas de outra substância diferente daquela que forma as cozinheiras e os pequenos burgueses.