que sobrepuje aquele de outra procedência, nem mesmo na quantidade; os de uma origem não sobrelevam os de outra, isto dura há três séculos e poucos; e, pode-se dizer, que é uma prova perfeitamente experimental, obtida no laboratório da história. Tão bom como tão bom...

Com tal mania, não é de admirar que, de uma hora para outra, Pancôme ficasse sendo o ídolo da Bruzundanga; e o governo, para premiá-lo e satisfazer a opinião pública, apressou-se em nomeá-lo embaixador junto ao governo de uma potência européia, e foi (lembro-me agora) quando embaixador, que obteve as condecorações a que aludi em capítulo anterior.

E de tal forma a população do país se convenceu da imensa inteligência, das geniais vistas do visconde, de que era admirado no mundo inteiro, e de que, também todos os sábios do Universo respeitavam-no religiosamente, que ao chegar ele da estranja para assumir a pasta do Exterior, toda ela correu em massa para a rua, quase lhe desatrelam, os mais entusiastas, os cavalos do carro, aclamando-o freneticamente pelas ruas em que passou, como se recebesse a cidade Júlio César vitorioso ou Descartes, caso a natureza da glória deste se compadecesse com admirações irrefletidas.

Além daquelas medidas que citei em um dos capítulos passados, logo no início do seu ministério, tomou o visconde estas primordiais; usar pape! de linho nos ofícios, estabelecer uma cozinha na sua secretaria e baixar uma portaria, determinando que os seus funcionários engraxassem as botas todos os dias. Na cozinha, porém, é que estava o principal das suas reformas, pois era o seu fraco a mesa farta, atulhada.