Pancôme não cabia em si de contentamento com a sideral aquisição que estava ali. Que elegância! Que lindeza! Dessa feita é que ele ia fazer uma nomeação justa e sábia. Arre! Não era sem tempo...

Era preciso, porém, ver se o donzel conhecia algumas outras cousas de sociedade.

— O senhor sabe dançar? perguntou.

— Sei, Excelentíssimo.

— Vamos ver.

— Mas só e sem música, senhor visconde?!

Ordenou o ministro que o contínuo fosse chamar um certo empregado, exímio em dança; e, enquanto ele ia buscar o funcionário, disse Pancôme a Marmeleiro:

— Você sabe assoviar, major?

O secretário estava sempre disposto a responder afirmativamente ao visconde e não se deteve um minuto:

— Sei, senhor visconde.

— Bem, disse Pancôme, assovie aí uma valsa.

A "dama" já tinha chegado e Marmeleiro agora hesitava.

— Não sabe? indagou o ministro severamente.

— Só sei as "Laranjeiras".

— De quem é isso? perguntou Pancôme.

— É do Hamélio.

— Não é lá muito elegante, considerou o visconde, mas... serve, serve!

Marmeleiro começou a assoviar com todo o recato que o lugar exigia — fiu, fiu, fiu... — e os dois dançaram com todas as cerimônias e ademanes dignos de gabinete tão diplomático e do respeito que merecia a presença daquele alto herói ministerial. Pancôme verificou com