soberbos vates; estavam ali: Kotelniji, Wolpuk e Worspikt, o primeiro que tinha aplicado o vernier para "medir" versos.
Abanquei-me e pude perceber que acabavam de ouvir uma poesia do poeta Worspikt. Tratava de lua, de iceberg, — descobri eu por uma e outra consideração que fizeram.
Nenhum deles tinha visto um iceberg, mas gabavam os ouvintes a emoção com que o outro traduzira em verso o espetáculo desse fenômeno das circunvizinhanças dos pólos.
Num dado momento Kotelniji disse para Worspikt:
— Gostei muito desse teu verso: — "há luna loura linda leve, luna bela!"
O autor cumprimentado retrucou:
— Não fiz mais do que imitar Tuque-Tuque, quando encontrou aquela soberba harmonia imitativa, para dar idéia do luar—"Loga Kule Kulela logalam", no seu poema "Kulelau".
Wolpuk, porém, objetou:
— Julgo a tua excelente, mas teria escolhido a vogal forte "u", para basear a minha sugestão imitativa do luar.
— Como? perguntou Worspikt.
— Eu teria dito: "Ui! lua uma pula, tu moo! sulla nuit!"
— Há muitas línguas nela, objetou Kotelniji.
— Quantas mais, melhor, para dar um caráter universal à poesia que deve sempre tê-lo, como ensina o mestre, defendeu-se Wolpuk.
— Eu, porém, aduziu Kotelniji, conquanto permita nos outros certas licenças poéticas, tenho por princípio