OS MAIAS
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duvide de tudo, que duvide do sol, mas que não duvide de mim...

Maria Eduarda desprendeu-se, lentamente e perturbada.

— Vamos vêr a casa, disse ella.

Começaram pelo segundo andar. A escada era escura e feia: mas os quartos em cima, alegres, esteirados de novo, forrados de papeis claros, abriam sobre o rio e sobre os campos.

— Os seus aposentos, disse Carlos, hão de ser em baixo, está visto, entre as coisas ricas... Mas Rosa e miss Sarah ficam aqui esplendidamente. Não lhe parece?

E ella percorria os quartos, devagar, examinando a accommodação dos armarios, palpando a elasticidade dos colxões, attenta, cuidadosa, toda no desvelo de alojar bem a sua gente. Por vezes mesmo exigia uma alteração. E era realmente como se aquelle homem que a seguia, enternecido e radiante, fosse apenas um velho senhorio.

— O quarto com as duas janellas, ao fundo do corredor, seria o melhor para Rosa. Mas a pequena não póde dormir n’aquelle enorme leito de pau preto...

— Muda-se!

— Sim, póde mudar-se... E falta uma sala larga para ella brincar, ás horas do calor... Se não houvesse o tabique entre os dois quartos pequenos...

— Deita-se abaixo!

Elle esfregava as mãos, encantado, prompto a