— Tu quanto tempo te demoras? perguntou por fim o Ega.
— Tres ou quatro dias. E tu não voltes para Cintra antes que eu chegue, precisamos communicar... Que diabo tens tu feito lá?
O outro encolheu os hombros.
— Tenho sorvido ar puro, colhido florinhas, murmurado de vez em quando «que lindo que isto é!» etc.
Depois, debruçado sobre a mesa, picando com um palito uma azeitona:
— De resto, nada... O Damaso lá está! Sempre com a Cohen, como te mandei dizer... Está claro que não ha nada entre elles, aquillo é só para mim, para me irritar... É um canalha aquelle Damaso! Eu só quero um pretexto. Esgano-o!
Deu um puxão forte aos punhos, com uma côr de cólera no rosto queimado:
— Eu, está claro, fallo-lhe, aperto-lhe a mão, chamo-lhe «amigo Damaso», etc. Mas só quero um pretexto! É necessario aniquilar aquelle animal. É um dever de moralidade, d’aceio publico, de gosto varrer aquella bola de lama humana!
— Quem esteve por lá mais? perguntou Carlos.
— Que te interesse?... A Gouvarinho. Mas vi-a uma só vez. Apparecia pouco, coitada, agora que andava de luto.
— De luto?
— Por ti.
Calou-se. Maria entrava, com o véo descido, aca-