OS MAIAS
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— Minha pobre Maria! murmurou Carlos, pallido, agarrando-lhe as mãos.

Ella permaneceu um momento suffocada, com o rosto cahido nos joelhos d’elle. Depois limpando as lagrimas que a ennevoavam:

— Ahi estão as cartas de Mac-Gren, n’esse cofre... Tenho-as guardado sempre para me justificar a mim mesma, se me é possivel... Pede-me em todas que vá para Fontainebleau; chama-me sua esposa; jura que apenas juntos iremos ajoelhar-nos diante da avó, obter a sua indulgencia... Mil promessas! E era sincero... Que queres que te diga? A mamã uma manhã partiu com uma sucia para Baden. Fiquei em Paris só, n’um hotel... Tinha um palpite, um terror que Trevernnes apparecia... E eu só! Estava tão transtornada que pensei em comprar um rewolver... Mas quem veio foi Mac-Gren.

E partira com elle, sem precipitação, como sua esposa, levando todas as suas malas. A mamã de volta de Baden correu a Fontainebleau, desvairada e tragica, amaldiçoando Mac-Gren, ameaçando-o com a prisão de Mazas, querendo esbofeteal-o; depois rompeu a chorar. Mac-Gren, como um bébé, agarrou-se a ella aos beijos, chorando tambem. A mamã terminou por os apertar a ambos contra o coração, já rendida, perdoando tudo, chamando-lhes «filhos da sua alma». Passou o dia em Fontainebleau, radiante, contando «a patuscada de Baden», já com o plano de vir installar-se no cottage, viver junto d’elles n’uma felicidade calma e nobre