— Sim, que não está! foi o grito abafado de ambos.
Ficaram á escuta, ainda pallidos. O dog-cart de Carlos rolou na calçada; os dois amigos respiraram. Mas agora Ega arrependia-se de não terem mandado subir Carlos — e alli mesmo, sem outras vacillações nem pieguices, corajosamente, contarem-lhe tudo, diante d’aquelles papeis bem abertos. E estava saltado o barranco!
— Homem, dizia o Villaça passando o lenço pela testa, as coisas querem-se devagar, com methodo. É necessario preparar-se a gente, respirar para dar bem o mergulho...
Em todo o caso, concluiu o Ega, eram ociosas mais conversas. Os outros papeis da caixa perdiam o interesse depois d’aquella confissão da Monforte. Só restava que Villaça apparecesse á noite no Ramalhete ás oito e meia, ou nove horas, antes de Carlos sahir para a rua de S. Francisco.
— Mas o amigo ha de lá estar! exclamou o procurador, já aterrado.
Ega prometteu. Villaça teve um pequeno suspiro. Depois, no patamar, onde viera acompanhar o outro:
— Uma d’estas, uma d’estas!... E eu ainda, tão contente, a jantar no Ramalhete...
— E eu, com elles, na rua de S. Francisco!...
— Emfim, até á noite!
— Até á noite.
Ega não se atreveu n’esse dia a voltar ao Ramalhete,