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das cargas. Punham-se os bois no porão, o que complicava muito. Hoje os bois ficão no convés. As caixas das rodas do Devil-Boat Lethierry eram pintadas de branco, o casco até o lume d’agua de vermelho, e o resto de preto, segundo o uso, assaz feio, deste seculo.

Vasio calava sete pés; carregado, quatorze.

Quanto á machina era poderosa. Tinha a força de um cavallo por tres toneladas, o que é quasi a força de um rebocador. As rodas estavam bem collocadas, um pouco adiante do centro de gravidade do navio. A machina tinha a pressão maxima de duas athmospheras. Gastava muito carvão. O ponto de apoio era instavel, mas remediava-se como ainda hoje se faz, por meio de um duplo apparelho alternado de duas manivelas fixas nas extremidades da arvore de rotação, e disposta de maneira que uma estivesse no ponto forte quando a outra estava no ponto inerte: Toda a machina repousava em uma só placa fundida; de modo que mesmo em caso de grande avaria, nenhum lanço do mar lhe tirava o equilibrio, e o casco disforme não podia deslocar a machina. Para torna-la ainda mais solida, puzeram a redouça principal perto do cylindro, o que transportava do meio á extremidade o centro da oscilação do pendulo. Inventaram-se depois os cylindros oscilantes que suprimem a redouça antiga; mas naquelle tempo parecia que o systema usado era a ultima palavra da mecanica.

A caldeira era dividida, e tinha a bomba competente. As rodas eram grandes, o que diminuia a perda de força, e o cano alto, o que augmentava a extracção da fornalha; mas o tamanho das rodas dava azo