— 163 —

entende, nada finge. Um falsario escapa-se mais facilmente que um convencional.

Cousa estranha! especialmente em relação aos tratantes, quasi se póde dizer, que a evasão fazia subir o individuo. A quantidade de civilisação que um velhaco levava de Paris ou de Londres valia-lhe por dote nos paizes primitivos ou barbaros, recommendava-o e fazia delle um iniciador. Era facil que um aventureiro, escapando ao codigo, chegasse depois ao sacerdocio. Havia phantasmagoria na desapparição, e mais de uma evasão tinha os resultados de um sonho. Uma fuga deste genero levava ao desconhecido e ao chimerico. Tal bancarroteiro sahia de Europa e apparecia mais tarde grão-visir em Mogol ou rei na Tasmania.

Ajudar as evasões era uma industria, e, visto a frequencia do facto, uma industria lucrativa. Esta especulação completava certos generos de commercio. Quem queria fugir para Inglaterra dirigia-se aos contrabandistas quem queria fugir para a America dirigia-se aos trapaceiros de longo curso, taes como Zuela.