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Duas necessidades como dissemos, levavam Gilliatt a essas explorações: procurar os destroços uteis, e achar lagostas para comer. Já lhe faltavam conchas nas Douvres.

A fenda era estreita e a passagem quasi impossivel. Gilliatt via claridade do outro lado. Fez esforço, espremeu-se como pôde, e entrou até onde lhe foi possivel.

Achou-se, sem pensar, no interior do rochedo da ponta do qual Clubin atirára-se da Durande. Gilliatt estava debaixo dessa ponta. O rochedo, abrupto exteriormente, e inaccessivel, era vasio no interior. Tinha galerias, poços e quartos como o tumulo de um rei do Egypto. Aquelle dedalo era dos mais complicados, trabalho da agua, infatigavel solapa do mar. As divisões daquelle subterraneo submarinho, communicavam provavelmente com a agua immensa do exterior por mais de uma sahida, umas abertas ao nivel da agua, outras profundos funis invisiveis. Perto dalli, Gilliatt nem o sabia, foi que Clubin atirou-se ao mar.

Gilliatt, naquella fisga de crocodillos, onde na verdade não havia medo de achal-os, serpenteava, arrastava-se, esbarrava, curvava-se, levantava-se, perdia o pé, encontrava o chão, avançava penosamente. A pouco e pouco alargou-se o bocal, appareceu uma meia luz, e de repente Gilliatt entrou em uma caverna extraordinaria.