— 215 —

por si, abrissem a vella ao vento, fiou-se na rotura dos juncos, como Gilliatt na fractura da corrente, e foi a mesma estranha audacia coroada pela mesma victoria surprehendente.

A corda motora segura por Gilliatt operou admiravelmente. Devem lembrar-se que essa corda tinha por fim diminuir as forças convertidas em uma só e reduzidas a um movimento de conjuncto. Aquella corda tinha alguma relação com uma bolina; sómente em vez de onentar uma vela, equilibrava um machinismo.

Gilliatt de pé, e com a mão no cabrestante, tinha por assim dizer a mão no pulso do aparelho.

Aqui a invenção de Gilliatt, manifestou-se toda.

Produzio-se uma notavel coincidencia de forças.

Emquanto a machina da Durande, separada em massa, descia para a pança, a pança subia para a machina. O navio naufragado e o barco salvador, ajudando-se em sentido inverso, iam encontrando-se. Poupavam-se deste modo metade do trabalho.

A maré enchendo sem rumor entre as duas Douvres, levantava a embarcação e aproximava-a da Durande. A maré estava mais que vencida, estava domesticada. O oceano fazia parte do machinismo.

A vaga subindo, levantava a pança sem choque, brandamente, quasi com precaução e como se ella fosse de porcellana.

Gilliatt, combinava e proporcionava os dous trabalhos, o da agua e o do apparelho, e, immovel no cabrestante, especie de estatua temivel obedecida por todos os movimentos ao mesmo tempo, regulava a lentidão da descida pela lentidão da subida.