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Contemplou ainda a phosphorescencia e levantou as ancoras; mas não era para navegar, era para ancorar de novo a pança, e muito solidamente; é verdade que o barco ficou junto da porta.

Até então só tinha usado das duas ancoras da pança, e não tinha ainda empregado a pequena ancora da Durande, achada como se sabe nos cachopos. Essa collocou-a elle, prompta para as urgencias, num canto da pança entre maromas e polés, e juntamente o cabo guarnecido de boças. Gilliatt deitou ao mar essa terceira ancora tendo cuidado de prender o cabo a outro cabo pequeno, cuja ponta passava na argola da ancora ficando a outra ponta no ferro de guindar. Deste modo amarrou a pança com tres ancoras o que era mui forte. Indicava isto uma viva preoccupação e um redobrar de cautelas. Qualquer marinheiro reconheceria nessa operação, alguma cousa semelhante a um deitar ferros obrigado, quando ha a receiar uma corrente que possa fazer garrar o navio.

A phosphorescencia sobre a qual Gilliatt tinha os olhos fixos, ameaçava-o talvez, mas ao mesmo tempo servia-o. Se não fosse ella, Gilliatt era prisioneiro do somno e victima da morte. Ella não só o dispertou, senão que o alumiava tambem.

Havia no escolho uma luz opaca. Mas esse clarão, por mais assustador que parecesse a Gilliatt, foi-lhe util porque tornou-lhe o perigo visivel e a manobra possivel.

Agora quando Gilliatt quizesse abrir vella, a pança, carregando a machina, estava livre.

Sómente, Gilliatt parecia pensar cada vez menos em partir. Ancorada a pança, foi elle buscar a mais