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da Durande tinham-se perdido no naufragio; Gilliat estava reduzido á pá de esgoto.

Procurar o buraco, antes de tudo. Era o mais urgente.

Gilliatt poz mãos á obra, sem mesmo dar-se tempo de vestir, e todo tremulo. Já não sentia fome, nem frio.

A pança continuava a encher. Felizmente não havia vento. O menor abalo da onda metteria a pança a pique.

A lua desapparecera.

Gilliatt, ás apalpadelas, curvado, mergulhado mais de metade na agua, levou muito tempo na pesquisa. Afinal encontrou a avaria.

Durante a tempestade, no momento critico em que a pança se arqueára, robusta barca tinha batido violentamente contra o rochedo. Um dos relevos da pequena Douvre fizera-lhe uma fractura no casco, a estibordo.

Este buraco estava infelizmente, podia-se quasi dizer perfidamente, situado perto do ponto do encontro das duas porcas, o que, junto ao aturdimento da tempestade, impedira Gilliatt, na revista obscura e rapida que fizera, com o temporal, de descobrir o estrago.

A fractura assustava, porque era larga, e tranquillisava porque, embora immersa neste momento pela enchente interna da agua, ficava acima do lume d’agua.

No momento em que rompeu o buraco, a vaga era loucamente sacudida no estreito, e já não havia nivel de fluctuação, a onda penetrára pela effracção