— 174 —

Gilliatt ia adiante. O seu passo era firme. Os dous vacillavam.

Á proporção que se approxiraavam da torre, via-se despontar naquelle puros e bellos rostos de Ebeneser e Deruchette alguma cousa que seria dentro de pouco tempo o sorriso. A proximidade da igreja illuminava-os. Nos olhos fundos de Gilliatt haviam trevas.

Dissera-se um espectro levando duas almas ao paraiso.

Ebeneser e Deruchette não comprehendiam muito o que se estava passando. A intervenção daquelle homem era o ramo a que se agarra o affogado. Elles acompanhavam Gilliatt com a docilidade que o desespero tem para com a primeira pessoa que lhe apparece. Quem se sente morrer não é difficil em aceitar os incidentes. Deruchette, mais ignorante, era mais confiante. Ebeneser pensava. Deruchette era maior. As formalidades do casamento inglez são simplissimas, sobretudo nos paizes autochthones onde os parochos tem quasi um poder discricionario; mas o decano celebraria o casamento sem saber se o tio consentia? Havia uma questão nisto. Comtudo, podia-se tentar. Em todo o caso era uma delonga.

Mas quem era aquelle homem? e se era elle quem na vespera, foi declarado genro de mess Lethierry, como explicar o que estava fazendo? Elle, que era o obstaculo, tornava-se a providencia. Ebeneser prestava-se a tudo, mas dava ao que se estava passando o consentimento tacito e rapido do homem que se sente salvo.