PARNASO SERGIPANO
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Seus lindos rios formosos,
Seus frescos flóreos palmares,
Seus passarinhos maviosos
De harmonia enchendo os ares;
Suas campinas de flores,
Seus matizes, seus verdores,
Vão ser bens de um novo dono.
E tu, sultana do norte
Pelos caprichos da sorte
Vais dormir de escrava o somno.

Não mais a lua te banha
Com seus arroios de prata,
Quando da etherea montanha
Nos lagos seus se retrata;
Pois se expira a liberdade
No peito de uma cidade,
Tudo ahi tambem expira:
Risos trocaram-se em prantos,
Em nenias alegres cantos,
Quando a Polonia ruira.

Porem não! Ao longe sôa
O grito ingente de guerra;
E, como o tufão, echôa,
Batendo de serra em serra.
Erguem-se as largas bandeiras,
Marcham adiante as fileiras
Que em seu socorro ahi vem;
Pois que do norte a sultana
Sua cerviz soberana
Nunca curvou á ninguem.

Ao rebentar das metralhas,
Da guerra ao tufão que zôa,
Qual o genio das batalhas,
Henrique Dias ahi vôa.