parnaso sergipano
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IV


A' lua

Vem, ó lua, contar-me as tuas dores,
Teus segredos d´amor: deixa um instante
Essa louca estrelinha rutilante
Que desdenha cruel os teus amores.

Vem aqui derramar os teus pallores,
Vem dizer-me qual é a tua amante,
Se é aquela menor, menos brilhante,
Ou aquela que tem mais esplendores.

Pobre lua! tu gemes, tu deploras
A sorte sempre avessa – a ingratidão,
De uma linda estrelinha a quem namoras.

Mas eu, pobre de mim! louca paixão
Me tortura a existência! ah! se tu choras
Eu sou mais infeliz, não choro, não.