Bradamos-lhes bis e proseguiu :

«Tal é na terra o destino
Das sciencias passageiras :
Morrer vomitando asneiras !
Padrêcos, tocae o sino.
Não teve auxilio divino,
A Summa não n’o valeu ;
Como é que assim se perdeu
Tão sabio guia das almas ?…
Quem fôr impio bata palmas,
Que o Catholico morreu.»

O phenomeno da improvisão poetica, difficil de comprehender ás intelligencias tardas e lérdas, mais de que as lettras portuguezas possuem o caso phenomenal de Bocage e as brazileiras o ainda mais espantoso de Moniz Barreto, era no cantor dos Dias e Noites tão accentuado como em Laurindo Rabello, frei Bastos e Augusto de Mendonça.

O poeta é que não fazia caso d’elle, preferindo ruminar o que escrevia; porque foi sempre um meditativo e um arraigado estudioso. Nunca largou das mãos os livros, que lhe não suffocaram os surtos da imaginativa e da pilheria, conservados da juventude até ás vesperas da morte.

O descuido dos contemporaneos é que não deixou guardar a lembrança dos bons mots do poeta em sua peregrinação pela vida.

Eu mesmo não attendi senão ligeiramente a essa feição de seu espirito, da qual procurei tardiamente dar um rapido escorço no alludido estudo consagrado ao auctor de Braz Cubas.

Consignarei apenas mais dous ditos rimados, um referente a certo padre de nome J. A. de Faro Leitão, vigario da Missão, em Sergipe. Tobias, no seu tempo de rapaz, tinha ido alli a passeio.

XXI