— 172 —
II


N'essa hora de amor e de tristeza,
Se acaso não amaste e acaso esperas
Ver coroar-te a juvenil belleza
Casto sonho das tuas primaveras;
Não sentes escapar tua alma acesa
Para voar ás lucidas espheras?
Não sentes n'essa mágoa e n'esse enleio
Vir morrer-te uma lagrima no seio?

III


Sentel-o? Então entenderás Elvira,
Que assentada á janella, erguendo o rosto,
O vôo solta á alma que delira
E mergulha no azul de um céo de Agosto;
Entenderás então porque suspira,
Victima já de um intimo desgosto,
A meiga virgem, pallida e calada,
Sonhadora, anciosa e namorada.

IV


Mansão de riso e paz, mansão de amores
Era o valle. Espalhava a natureza,
Com dadivosa mão, palmas e flôres