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Esquecida no azul do firmamento!
Ideal, meteoro de um instante!
Gloria da vida, luz do pensamento!
A gentil, a formosa realidade!
Unica dita e unica verdade!

LXXXV


Ah! porque não ficou calmo e tranquillo
Da ingenua moça nos divinos braços?
Porque fugira ao casto e alegre asylo?
Porque rompêra os mal formados laços?
Quem pudera jámais restituil-o
Aos estreitos, fortissimos abraços
Com que Elvira apertava enternecida
Esse que lhe era o amor, a alma e a vida?

LXXXVI


Será tempo? Quem sabe? Heitor hesita;
Tardio pejo lhe enrubece a face;
Punge o remorso; o coração palpita
Como se vida nova o reanimasse;
Tenue fogo, entre a cinza, arde e se agita...
Ah! se o passado alli resuscitasse
Revivirião illusões viçosas,
E a gasta vida rebentara em rosas!