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Lovelace concluíra;
Entravão ambos no céo;
E o Senhor que tudo ouvira,
Voltou os olhos immensos
Para a alma de Romeo:
«E tu? — Eu amei na vida
Uma só vez, e subi
D'aquella cruenta lida,
Senhor, a acolher-me em ti.»
Das duas almas, a pura,
A formosa, olhando em face
A divindade ficou;
E a alma de Lovelace
De novo á terra baixou.

D'aqui vem que a terra conta,
Por um decreto do céo,
Cem Lovelaces n'um dia
E em cem annos um Romeo.