ENVELHECER
Flôr d'indolência, fina e melindrosa,
Captivante sereia da esperança,
Cêdo tivéste a crença dolorosa
De quanto a vida é velha e como cança.
Na languida, na mórna morbideza
Do teu amargo e triste celibato,
Tu te fechaste para a Natureza
Como a lua no célico recato.
No fundo delicado dos teus seios
Foste esconder os sentimentos vagos
E todos os dolentes devaneios
Das estrellas sonhando á flor dos lagos