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Nada mais ambiciono,
Ás vagas eu te abandono,
Como cavallo sem dono
Pelos campos a vagar;
Voga n’esse pégo insano,
Que nos roncos do oceano
Ouço a voz do desengano
Pavorosa a ribombar!

Voga, baixel foragido,
Voga sem rumo — perdido,
Pelas tormentas batido,
Sobre o elemento infiel;
Para ti não ha bonança;
A’ tôa, sem leme avança
N’este mar sem esperança,
Voga, voga, meu baixel!