— 120 —
Prateia os lagos,
E as flores beija.
Aqui, ó Laura,
Teus olhos garços,
Na limpha clara,
Nos Ceos esparsos,
Languidos brilham
Nestas estrellas,
Que as brandas ondas
Retratam bellas.
Na côr da rosa,
A’ luz da lua,
Risonha vejo
A face tua.
Carmineos labios
Nos rubros cravos,
Que n’hastea pendem,
Quaes mellios favos.
Teu niveo collo
—Na estatua erguida
Do amor de Tasso
—Da bella Armida.
Na onda breve
O arfar do seio,
Que a aragem move
Com brando enleio.
Dos mal-mequeres
Aureos novellòs
Os anneis fingem
Dos teus cabellos.