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Da violeta
Na singeleza
Tua alma vejo,
Tua pureza.

Ergue-te, ó Laura,
Do brando leito,
Dá-me em teu peito
De amor gosar:
Um volver d’olhos,
Um beijo apenas
Entre as verbenas
Do teu pomar.

Não fujas, Laura,
Vem a meus braços,
Leva-me a vida
Nos teus abraços. . . .

Lá surge um Anjo!
Oh Ceos, é ella!
—Estrella vesper
De luz singela !

Cobre-lhe os membros
Alva roupagem,
Que manso agita
Suave aragem.

Longos cabellos
Bellos se-estendem
E em ondas de ouro
Dos hombros pendem.

A' ella corro,
Tento abraçal-a
Recurvo os braços,
Mas sem tocal-a !