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Suave o genio, qual rosa
Ao despontar da alvorada,
Quando treme enamorada
Ao sopro d’aura fagueira.
Brandinha a voz sonorosa,
Sentida como a Rolinha,
Gemendo triste sosinha,
Ao som da aragem faceira.

Escuro e ledo o semblante,
De encantos sorria a fronte,
— Baça nuvem no horisonte
Das ondas surgindo á flor;
Tinha o coração de santa,
Era seu peito de Archanjo,
Mais pura n' alma que um anjo,
Aos pés de seu Criador.

Se junto á cruz penitente,
A' Deus orava contricta,
Tinha uma prece infinita
Como o dobrar do sineiro ;
As lagrimas que brotavam
Eram pérolas sentidas,
Dos lindos olhos vertidas
Na terra do captiveiro.