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Bordas falsas, cabrestantes,
Soifdas, boyas e oitantes,
Bujarronas, vela-grande,
Em que o vento audaz se-espande;
Chaminé, carvão e gaz,
Breu, azeite e agua-raz;
Por botinas duas lanchas ;
Os dois pés servem de pranchas;
Lenha, estopa, o alcatrão,
Tudo embaixo do Balão !

A garbosa rapázia
Não se-deixa em calmaria:
Cabelleiras, gabinardos,
Chapéos pretos, niveos, pardos,
Pince-nez de toda a casta,
Parvoice muito vasta,
Calça larga, á porcalhota,
Gravatinhas de janota,
Tudo tem, com abastança
Quem se-trata com chibança.

Viva a moda, meu amigo,
Morra tudo que é antigo !

Deixa a roça, Gedeão,
Basta já de ser poltrão,
Anda: vem para a cidade,
Traz a tua F’licidade,
A Marica, a Josephina,
Bella rosa purpurina.
Quero vel-as estufadas,
De tundás com almofadas,
Rochunchudas e galantes,
Quaes repolhos ambulantes.
Segue a moda e o progresso;
Volta as costas ao regresso.