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Si é de minha alma o supplicio,
Do meu crime o sacrificio
A liberdade esquecida;
Se esta minha realeza,
Por nascer da natureza,
Precisava ser ungida!

Quiz ser Deus... oh foi loucura,
Foi horrivel sacrilegio;
Não cobrem a sepultura
As dobras de um manto regio!
Fui cego... os braços erguidos,
A tantos seculos perdidos,

Não avistei de uma cruz!
Ai! não vi n’esta cegueira
Que aquelle sangue a poeira,
Não manchou—encheu de luz.