gocio com grande ruido, senão que tambem soffreu Mr. van Hoey pessoalmente uma publica e escandalosa reprehensão do seu proprio Governo. E verdade que a mesma redacção da sua Nota deve ter contribuído para isso, pois que é um modelo de despropositos[1].

E pela devida observancia da regra formulada acima, que se evita o risco de ser exposto a um dos maiores desaires que pede acontecer a um Diplomata; isto é, ter de retirar a sua Nota depois de entregue.

Precisemos porém o caso que suppomos.

Quando, depois de encetada a correspondencia, as Notas são retiradas de uma e outra parte, por mutuo accordo, nenhum desdouro d'ahi resulta, nem para um nem para outro dos interessados. Assim mesmo, nem sempre sahirá illeso aquelle dos dous que provocou um desfecho d'esta ordem, no caso de envolver desacerto ou culpa sua.

Nem ha desdouro, embora o acto seja praticado só por uma parte, quando se verifica antes da entrega formal, ou simplesmente para substituir um documento por outro substancialmente identico quanto ao objecto. Assim, por exemplo, quando o Duque de Palmella retirou a sua Nota de 9 de junho de 1828, dirigida a Lord Aberdeen, Ministro dos Negocios Estrangeiros da Gran Bretanha, substituindo-a pela Carta de 12 de Junho; isto é, dando à communicação que tinha a fazer, uma forma particular em vez de uma redacção official. Posto que essa Nota chegasse effectivamente a ser apresentada, parece ter sido logo retirada, em attenção a explicações verbaes de Lord Aberdeen; pelo qué foi como se nunca tivesse sido entregue, ficando apenas em projecto[2].

  1. Martens, Causes Célèbres du Droit des Gens, Tom. I pp. 311 e segg.
  2. Despachos e Correspondencia do Duque de Palmella, Tom. III

5