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II
UM PASSARO

          Ai, quem pudéra
Ir no rastro do sol seguindo a primavera!

Quem te pudéra ver fiel e duradouro,
Tempo alegre e fugaz das madrugadas de ouro!
Quando brilhas no ceu, pipilas no meu seio,
E’ um sonho meu olhar, minha vida é um gorjeio...

Passas, e chega o inverno... Amortece o meu vôo.
Veem as noutes sem fim... O sol que eu abençôo,
Palido e triste, róla atraz dos montes... Déce
Funebremente a noute. O ceu dezaparece