São ellas, que cuidam da casa alliviando suas mães, e tratando das coisas necessarias á vida da familia: cedo são pedidas em casamento, si seos paes não as destinam para algum francez afim de terem muitos generos, e no caso contrario são concedidas, e então se chamam kugnammucu-poare,[NCH 39] «mulher casada, ou no vigor da idade.»
D’ahi em diante acompanha seo marido carregando na cabeça e ás costas todos os utencilios necessarios ao preparo da comida, as vezes a propria comida, ou os viveres necessarios á jornada, como fazem os burros de carga com a bagagem e alimentação dos seos senhores.
É occasião de dizer, que ambiciosos como os grandes da Europa, que desejam ostentar sua grandesa apresentando grande numero de burros, estes selvagens tambem desejam ter muitas mulheres para acompanhal-os, e levar suas bagagens, mormente havendo entre elles o costume de serem estimados e apreciados pelo grande numero de mulheres á seo cargo.
Quando grávidas, após o casamento, são chamadas puruabore, «mulher prenhe», e apezar d’este estado não deixam de trabalhar até á hora do parto, como si nada tivessem. Apresentam grande volume, porque ordinariamente parem meninos grandes e corpolentos.
Talvez se pense que n’este estado cuidam ellas em cobrir sua nudez, porem não soffrem a menor alteração o seo modo de viver.
Chegado o tempo do parto, si assim se póde chamar, não procura para esse fim a cama, si as dores não são fortes: em qualquer dos casos senta-se, é rodeada por suas visinhas convidadas para assistil-as, pouco antes do apparecimento das dores, por meio d’estas palavras chemenbuirare-kuritim «eu vou já partir, ou estou quase a parir»: corre veloz o boato de casa em casa, que tal e tal mulher vae parir, dizendo com o nome proprio da parturiente estas palavras ymen-buirare, que significa «tal mulher pario, ou está para parir.»