e outros intestinos em grandes panellas de barro, de n’ellas misturar farinha e couves, e dividil-as depois por escudellas de pau, que mandavam distribuir pelas raparigas.
Dam principio ás lagrymas e lamentos pelos defunctos, ou pela boa chegada de suas amigas.
Ensinam ás moças o que aprenderam.
Usam de más palavras, e são mais descaradas do que as raparigas e as moças, e nem me atrevo a dizer o que ellas são, o que vi e observei, sendo tambem verdade que vi e conheci muitas boas, honestas e caridosas.
Existiam no Forte de São Luiz duas boas mulheres Tabajares, que não se cansavam de trazer-me presentesinhos, e quando me os offereciam, sempre choravam e desculpavam-se de não poderem dar melhores.
Não espero muito d’estas velhas: e o superior nada tem a fazer senão esperar que a morte o livre d’ellas: quando morrem não são muito choradas e nem lamentadas, porque os selvagens gostam muito de ter mulheres moças.
Os selvagens creem supersticiosamente terem as mulheres, depois de mortas, muita difficuldade de deparar com o lugar onde, alem das montanhas, dançam seos ante-passados, e que muitas ficam pelos caminhos, se é que lá chegam.
Não guardam asseio algum quando atingem a idade da decrepitude, e entre os velhos e velhas nota-se a differença de serem os velhos veneraveis e apresentarem gravidade e autoridade, e as velhas encolhidas e enrugadas como pergaminho exposto ao fogo: com tudo isto são respeitadas por seos maridos e filhos, especialmente pelas moças e meninas.