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Encontram-se ordinariamente no tronco das arvores, proximas ás casas, nas estacas, nos cantos, caminham pouco, não tem teias, muito venenosas, vermelhas quasi da côr de borrachos quando sahem do ovo, coisa horrivel e feia!

Fogem d’ellas os Indios, e julgam mortifera a sua picada. Nutrem-se da corrupção do ar.

Existem outras de diversas especies, maiores e menores, e todas domesticadas, e nos mattos encontram-se grandes, menores, e pequenas.

Em todo o tempo produzem e especialmente no inverno.

Com a frescura da noite juntam-se: deixa o macho a sua teia para se unir com o seo fio á teia da femea, si ella está collocada em lugar mais baixo: si porem a teia da femea é superior á do macho desce ella, vem procural-o, e assim si juntam.

É muito facil de vêr-se, pois o praticam todos os dias, no fim da tarde.

O macho é pequeno, e a femea é tres vezes maior do que elle.

Fazem uma pequena bolça, redonda e chata, muito bem feita e tecida, parecendo-se com setim branco e a similhança de um breve de Agnus Dei.

N’ella deixam apenas um buraquinho, por onde com o pé introduzem os ovos.

Quando está fechada a bolça tapam o buraquinho, e carregam-na junto ao ventre e estomago, aquecendo-a por esta fórma, e quando presentem estar os filhos em estado de sahir, rasgam a bolça ao redor, como se faz com a casca da fava, sahem logo, correm pela teia da mãe, e a noite agasalham-se debaixo da mãe, como fazem os pintos com as gallinhas afim de resguardarem-se do frio da noite.

Quando tem forças, cada uma faz a sua teia, e por sua industria cuida de si.

Ha outras, que fazem pequenos pucaros de barro, do tamanho e feitio de uma ameixa de dama, tão bem feitos,