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de Deos ouvireis dizer quaes os grandes fructos, ja colhidos, e outros que se colhem todos os dias.

A nossa maior consolação, a que nos fazia soffrer as amarguras e as difficuldades dos trabalhos, que ahi não nos faltavam, era vêr a franqueza e boa vontade, com que os selvagens nos apresentavam seos filhos para serem baptisados dizendo então nós, em conversa com elles, que para nós nada havia mais agradavel do que o trazerem elles seos filhos á pia baptismal, e sempre que comnosco fallavam era assumpto da conversa a manifestação de seos desejos por verem seos filhos por nós baptisados.

Poderia aqui reproduzir muitos exemplos para confirmar esta verdade, mas como tenho de referil-os em lugar proprio, deixo-os agora de mão.

 


CAPITULO II

Do baptismo de muitos infermos e velhos, que falleceram depois de christãos.


Entre os mais bellos enigmas sagrados, que recita Job no seo livro, está no Cap. XIV a parabola do loureiro dizendo. Si senuerit in terra radix ejus, et in pulvere mortuus fuerit truncus illius, ad odorem aquæ germinabit, et faciet comam quasi cùm primo plantatum est: «Si a raiz do loureiro se mergulha na terra, e seo tronco morrer no pó, apenas sentir o cheiro da agoa germinará e produzirá nova copa de folhas, como si fosse recentemente plantado.»