212

baptisados e os adultos, que constantemente si apresentavam.

Tinhamos ao menos certeza, que baptisando os que se achavam proximos da morte, abria-se o Paraizo, e perdia-se a occasião que lhes faria perder talvez a graça obtida, ficando sós e longe dos Ministros da Igreja para nutril-os na graça recebida.

Alem d’isto o baptismo d’estes velhos fazia muita impressão no coração das testemunhas vendo a devoção, com que ordinariamente recebiam o baptismo.

Vou dar-vos alguns exemplos.

Na ilha cahiram doentes duas raparigas, uma livre e outra escrava, sendo aquella casada com um Tupinambá, muito bom moço, o qual depois da morte de sua mulher, constantemente nos perseguia para ser baptisado, aprendendo com muito boa vontade a doutrina christã.

Esta rapariga, proxima da morte, pedio que lhe dessem o baptismo, confessando por palavras nascidas do coração a verdade da nossa religião, mostrando por signaes exteriores o toque do Espirito Santo no seo coração, banhando-se de lagrymas de amor e de reconhecimento ao grande Tupan, que lhe fazia tão assignalada graça de a ter feito nascer neste seculo para tiral-a do meio de tantas almas perdidas de sua nação e conceder-lhe o goso do paraizo.

Fitava com attenção o Ceo, e com palavras doceis e tremulas recitava o que sabia á respeito da crença de Deos, repellindo para bem longe Geropary e seos antigos enganos.

No meio d’este discurso, precursor da morte, lamentava a condemnação de seos antepassados.

Fazia exposições muito bellas a seo marido e o animava a receber quanto antes a purificação de seos peccados.

Devo dizer d’ella um facto muito particular, qual o de haver conhecido um só homem, o seo marido, o que é não pequeno milagre n’aquelle paiz, por causa do mau costume