XIX

succedido em seos esforços que até appareceo a desunião «entre as coisas da Colonia, augmentada ainda com a chegada dos portuguezes, que se assenhorearam do paiz.»

O piedoso biographo, cuja narração nos serve do guia, diz, que o novo Superior administrou o baptismo a 650 indios, porem accrescenta logo, que sem duvida estes pobres selvagens não ficaram por muito tempo fieis á religião, que abraçaram, voltando a sua antiga idolatria: «não chega a sessenta os christãos sinceros, e n’esse numero estão incluidos vinte meninos.» Si se encontrasse uma biographia cheia de particularidades e de aventuras do Monge escossez, de que tracta o velho historiador da Ordem, taxando-a de muito exagerada, provavelmente n’ella se encontrariam narrações minuciosas de sua missão na America. Infelizmente este livro, se existe em alguma bibliotheca pouco conhecida, é tão raro como o de Francisco de Bourdemare, e temos sido infelizes nas diversas pesquizas, que até hoje fizemos com o fim de offerecer aos nossos leitores um extracto do seo contheudo.[1]

Suspeitamos que o Padre Arcanjo de Pembroke deixou muitos dos seos confrades no Convento dos Capuchinhos recentemente edificado, e que regressou para França ao fim de 1614 no navio do Capitão Pratz, que levou á Paris Gregorio Fragoso, sobrinho de Jeronymo de Albuquerque, incumbido

  1. Circumscripto a um pequeno quadro, apenas podemos dar mui summariamente a descripção dos acontecimentos, que deram em resultado o abandono do Maranhão pelos francezes.
    Acabou-se tudo em 21 de novembro de 1614, depois da batalha onde falleceu o infeliz Pézieux.
    Alem da grande Memoria publicada pela Academia Real das Sciencias de Lisboa á respeito d’esta expedicção, encontram-se mais amplas informações sobre este periodo da historia do Maranhão e suas missões pelos Jesuitas na vasta e preciosa publicação do Dr. A. J. de Mello Moraes, intitulada «Corographia historica, chronologica, genealogica, nobiliaria e politica do Imperio do Brasil.» (Vide o Tomo 3º, publicado em 1860).