se não frequentasse o padre de Juniparan, e não abraçasse sua antiga fé.
Ouvio-me pacientemente, e prometteo-me melhor procedimento.
Considerae, eu vos peço, o zelo de um verdadeiro pae para salvar seo filho, como mostrou o grande feiticeiro de Tapuitapéra: este pae é ainda pagão, e comtudo vós o vedes solicito, e cuidadoso pela consciencia de seo filho.
Quantos paes ha em França, que só cuidam dos bens temporaes de seos filhos, e despresam os espirituaes!
Veio outra vez visitar-me em companhia de alguns selvagens, seos visinhos: rolou nossa conversação á respeito da creação do Mundo, da providencia de Deos para com o procedimento dos homens, e da vocação singular e particular de cada um.
— É preciso, disse, que seja Deos um Espirito poderoso, incomprehensivel para nós, para crear com uma só palavra, como ouvimos muitas vezes de vós outros padres, tudo o que vemos e ouvimos.
Imagino a immensidade do mar, que ha d’aqui até a França, tanto assim, que os navios gastam doze luas no trajecto de ida e volta, e admiro que o sol, que temos, seja tambem vosso.
Quantos passaros, peixes, e animaes existe no Mundo, todos foram feitos por Tupan. —
O segundo ponto de discussão foi este:
«Vejo-me embaraçado quando penso nas diversas nações, que existem no Mundo.
«Vejo os francezes ricos, valentes, inventando navios para passarem o mar, canoas, e polvora para matar os homens insensivelmente, bem vestidos e nutridos, temidos e respeitados.
«Ao contrario nós vivemos errantes e vagabundos, sem roupas, machados, fouces, facas e outras ferramentas.
«De que procede isto?